30/05/2013

Sinceros

Pastor Lucas André Albrecht

“Algum tempo atrás, dois homens assaltaram um banco no Texas. Um vestia uma máscara e o outro, não.  Mais tarde foram pegos e levados a julgamento. Diante do juiz, aquele que não havia usado máscara argumentou: “Meritíssimo, eu sei que roubar um banco é errado, mas, veja bem, ao menos eu não fui hipócrita como o meu parceiro. Eu não me escondi. Fui aberto e honesto. Isto deveria valer alguma coisa.”

Os dois foram condenados à mesma pena.”

Esta é uma tentação cotidiana. Pensarmos que, desde que não sejamos hipócritas e falemos abertamente de nossos defeitos,  não há problema andarmos em coisas erradas. “Eu parto pra briga mesmo, que é que tem?”  “Eu sonego mesmo, que é que tem?“ “Eu levei vantagem mesmo, que é que tem?”  “Eu uso drogas mesmo, que é que tem?”
“Eu errei mesmo. Que é que tem?”
E várias outras variações.

Como se hipocrisia fosse na verdade, o pior (e talvez único) erro que alguém pode cometer.

Erro é erro. Escondido ou admitido.

Ser sincero não é ‘errar de cara limpa’, mas sim confessar a sujeira que se acumula em nossos corações e, em arrependimento e fé, receber o perdão de Jesus Cristo. Seja hipocrisia, mentira, calúnia, omissão,... Para toda a nossa imperfeição, Ele mostra seu rosto favorável de perdão, alegria e recomeço. Sempre. Com Ele, podemos ser sinceros e honestos no verdadeiro sentido da Palavra.

Isso, sim, é o que vale muita coisa.


16/05/2013

Chame o especialista

do Pastor Maicon Schieferdecker (Escola Ulbra São Marcos)

Havia uma tecelagem onde se fabricavam tecidos muito finos. Quando em dado momento os fios se embaraçavam, o operador devia tocar uma campainha, para ser atendido por um funcionário especializado, que punha as coisas em ordem novamente. 

Certa ocasião, entretanto, depois de um rapazinho ter pedido o auxílio do funcionário especializado e recebido assistência, um operário antigo na fábrica achou que ele próprio já sabia o suficiente, e podia passar sem o auxílio especializado. Então, quando novamente os fios se embaraçaram, ele mesmo tentou arrumar. Seus fios, porém, ficaram terrivelmente emaranhados e o estrago foi muito grande. Quando, enfim, ele chamou o especialista, disse-lhe: “Mas eu fiz o meu melhor!”. O especialista replicou: “O seu melhor é chamar por mim.”

Quantas vezes nós tentamos solucionar os problemas da vida por nós mesmos, nos achando capazes de fazermos tudo sozinhos. Nem sempre a solução está em nós. Muitas vezes precisamos de ajuda de outros. Nossa vida é repleta de situações que o que melhor podemos fazer é chamar o Mestre, o Divino Especialista.

“Entrega o teu caminho ao Senhor, confia n’Ele e Ele tudo fará” (Salmo 37.5) é o que nos diz Deus em sua Palavra. Jesus completa dizendo: “Venham a mim, todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso.” (Mateus 11.28)


15/05/2013

O perdão é a casa da liberdade


de Israel Belo de Azevedo, em Prazer da Palavra

Nós somos capazes de atitudes autodestrutivas
Nós as temos por acharmos que elas não nos destroem.
Nós somos capazes de produzir, guardar, acumular, sedimentar mágoas contra uma pessoa.
Este processo leva anos e, a cada dia, morde os nossos músculos, carcome os nossos corações e estiola as nossas almas.
O ódio entrou um dia lábios adentro, aninhou-se no nosso estômago e nós o alimentamos todos os dias. A palavra que nos feriu (mesmo que o nosso desafeto sequer tenha consciência que a proferiu) turbina a nossa memória e produz até lembranças de fatos que nunca existiram.
Queremos que a verdade, no caso a nossa verdade, venha à tona e mostre a nossa correção e a nossa bondade.
Então, a cada dia sorrimos menos.
A cada dia vivemos menos.
A cada dia abraçamos menos.
A cada dia são menores as chances de reconciliação.

Achamos que estamos vivendo, mas estamos morrendo.
Viver demanda coragem.
Coragem de perdoar.
Perdoar demanda coragem.
Coragem de perder.
Perdoar é perder para viver.
A morte mora na mágoa. A vida pulsa no perdão, a casa da liberdade.


10/05/2013

Amor Perfeito

Nossas mamães funcionárias e professoras receberam hoje um mimo pela chegada do seu dia: Uma mudinha da flor "amor-perfeito", lembrando que "Mãe, o amor perfeito de Deus é visto através de você".
É o que nós acreditamos, e por isso desejamos a todas um FELIZ DIA DAS MÃES!!

Tá ouvindo?


Cuidado com seus ouvidos... e com sua cabeça!

(vi no excelente willtirando)

09/05/2013

R2

Você está em mais uma daquelas semanas em que não sabe de onde vai tirar tempo e forças para cumprir tudo o que precisa fazer. Num raro momento de pausa e conversa, comenta: “Puxa, essa minha semana está uma loucura. Estou tão cansado!...”

Possíveis reações do interlocutor ao seu comentário:

R1) “Ih, a minha também, você nem sabe! Ontem tive que fazer (isso, isso e aquilo), amanhã já tenho (aquilo, aquilo e aquilo outro) e na semana que vem, olha, a coisa vai ser pegada e...”

R2) ‘Puxa, deve estar sendo pesada mesmo. Como você está lidando com isso?”

Qual delas lhe dá um novo ânimo, um sentimento de alento e amparo? Com qual delas você pensa: “Puxa, alguém que me compreendeu. Obrigado, amigo! Nem precisa me dizer uma frase de motivação. O fato de você ouvir, se importar e se interessar já valeu muito!” ?

O tipo R1 é mais comum que gostaríamos. Não só da parte dos outros, mas também de nós mesmos. Tanta gente falando e tão pouca gente escutando...o resultado são tentativas de encontrar brechas para extravasar um pouco da nossa dor de ser. Alias, as vezes parece que este é um dos fascínios das redes sociais como Facebook. Ao menos por um instante temos a ilusão ou impressão de que muitas pessoas vão ler/ouvir o que temos para falar.

A postura R1 não é incomum também em nossa relação com Deus. Mal temos tempo para ouvir o que Ele tem a dizer em Sua Palavra e já saimos falando de nós mesmos. Reclamação, queixa, projetos, planos,... esperando que Ele ouça tudo e, se possível, responda conforme já sabemos de antemão. Não que Deus não queira nos ouvir falar. Mas faz muito bem para o nosso coração tirar um tempo para ouvir. Receber. Entender. E então reagir.

Na verdade, não será mais meramente reagir. O R de reação vira R de Resposta. Intencional, motivada pelo amor de Deus, por meio da fé. Por termos um Pai do tipo R2 – ouvinte, paciente, amoroso, carinhoso – somos estimulados à mesma postura. Não apenas reagir, mas responder. Pró-agir, como diz uma antiga palavra da moda. O bem que isto fará ao nosso próximo é incalculável. E não precisamos nos assustar se fizer um grande bem a nós mesmos também.

Ah, e se você tem ou encontrou amigos R2, segure-o com as duas mãos. Eles não são artigo comum.

Pastor Lucas Albrecht
Capelão Geral da ULBRA

08/05/2013

Validação

O título original do curta é Validation. Embora alguns tenham apelidado de "O poder do elogio", eu prefiro mesmo Validação.

Validar as pessoas, mostrar como são valiosas, esse é o desafio. Além de estar sempre alegre, unido com o Senhor (Filipenses 4.4).

02/05/2013

Frequentar uma igreja faz bem à saúde

Fonte: Pavablog
título original: Antropólogo realiza observações científicas a respeito do impacto da religião na vida das pessoas
T. M. Luhrmann, no The New York Times [via UOL]
Mario Tama/Getty Images/AFP
Mario Tama/Getty Images/AFP
Uma das descobertas científicas mais impressionantes sobre religião nos últimos anos é que ir à igreja uma vez por semana faz bem. Frequentar a igreja – e no mínimo, a religiosidade – melhora o sistema imunológico e diminui a pressão arterial. Isso pode acrescentar até dois ou três anos de vida. A razão para isso não está inteiramente clara.
O apoio social é sem dúvida uma parte da história. Nas igrejas evangélicas que estudei como antropólogo, as pessoas realmente parecem cuidar umas das outras. Elas apareciam com o jantar quando os amigos estavam doentes e se sentavam com eles quando estavam tristes. A ajuda às vezes era surpreendentemente concreta. Talvez um terço dos membros da igreja pertencia  a pequenos grupos que se encontravam semanalmente para falar sobre a Bíblia e suas vidas. Uma noite, uma jovem de um grupo no qual eu tinha entrado começou a chorar. Seu dentista tinha dito que ela precisava de um procedimento de US$ 1.500, e ela não tinha o dinheiro. Para meu espanto, nosso pequeno grupo – cuja maioria era de estudantes – simplesmente cobriu os custos, com doações anônimas. Um estudo realizado na Carolina do Norte descobriu que fiéis frequentes tinham redes sociais maiores, com mais contatos, mais afeição e mais tipos de apoio social do que as pessoas que não frequentavam igrejas. E nós sabemos que o apoio social está diretamente ligado a uma saúde melhor.
O comportamento saudável é, sem dúvida, outra parte. Certamente muitos fiéis lutam com comportamentos que gostariam de mudar, mas, em média, os frequentadores regulares de igrejas bebem menos, fumam menos, usar menos drogas recreativas e são menos sexualmente promíscuos do que os outros.
Isso corresponde às minhas próprias observações. Numa igreja que eu estudei no sul da Califórnia, a história de conversão mais comum parecia ser ter encontrado Deus e nunca mais ter tomado metanfetaminas. (Uma mulher me disse que ao esquentar sua dose, ela desencadeou uma explosão no apartamento de seu pai que estourou as portas de vidro. Ela me disse: “Eu sabia que Deus estava tentando me dizer que eu estava indo pelo caminho errado.”) Na igreja seguinte, lembro-me de ter ido a um grupo que ouvia uma mulher falar sobre um vício que ela não conseguia largar. Assumi que ela estava falando sobre sua própria batalha contra a metanfetamina. No fim, ela achava que lia romances demais.
No entanto, acho que pode haver outro fator. Qualquer religião demanda que você vivencie o mundo como algo mais do que é apenas material e observável. Isso não significa que Deus é imaginário, mas que, como Deus é imaterial, os que creem nele precisam usar sua imaginação para representar Deus. Para conhecer Deus numa igreja evangélica, você deve experimentar o que só pode ser imaginado como real, e você deve experimentar isso como algo bom.
Quero sugerir que esta é uma habilidade e que pode ser aprendida. Podemos chamá-la de absorção: a capacidade de se envolver em sua imaginação, de uma maneira que você goste. O que eu vi na igreja como um observador antropológico foi que as pessoas eram incentivadas a ouvir a Deus em suas mentes, mas apenas para prestar atenção às experiências mentais que estavam de acordo com o que elas considerassem ser o caráter de Deus, que elas consideram bom. Vi que as pessoas eram capazes de aprender a vivenciar Deus dessa forma, e que aquelas que eram capazes de vivenciar um Deus amoroso de forma vívida, eram mais saudáveis – pelo menos, julgando por uma escala psiquiátrica padronizada. Cada vez mais, outros estudos confirmam esta observação de que a capacidade de imaginar um Deus amoroso vividamente leva a uma saúde melhor.
Por exemplo, num estudo, quando Deus era experimentado como algo mais remoto não  amoroso, quanto mais alguém rezava, mais sofrimento psiquiátrico parecia ter; quando Deus era experimentado como próximo e íntimo, quanto mais alguém orava, menos doente ficava. Em outro estudo, numa faculdade cristã particular no sul da Califórnia, a qualidade positiva de um apego a Deus diminuiu significativamente o estresse e fez isso de forma mais eficaz do que a qualidade das relações da pessoa com outras pessoas.
Eventualmente, isso pode nos ensinar como aproveitar o efeito “placebo” – uma palavra terrível, porque sugere uma ausência de intervenção em vez da presença de um mecanismo de cura que não depende de produtos farmacêuticos nem de cirurgia. Nós não entendemos o efeito placebo, mas sabemos que é real. Ou seja, temos cada vez mais provas de que o que os antropólogos chamariam de “curas simbólicas” têm efeitos físicos reais sobre o corpo. No cerne de alguns destes efeitos misteriosos pode estar a capacidade de confiar que aquilo que só pode ser imaginado seja real, e seja bom.
Mas nem todos se beneficiam da cura simbólica. No início deste mês, o filho mais novo do famoso pastor Rick Warren se suicidou. Sabemos poucos detalhes, mas a perda nos lembra que sentir desespero quando você quer sentir o amor de Deus pode piorar a sensação de alienação. Necessitamos com urgência de mais pesquisas sobre a relação entre doença mental e religião, não só para que possamos compreender mais intimamente essa relação – as formas pelas quais elas estão ligadas e são diferentes –, mas para reduzir a vergonha daqueles que são religiosos e ,no entanto, precisam buscar outros cuidados.
*T. M. Luhrmann, professor de antropologia na Universidade de Stanford e autor do livro “When God Talks Back: Understanding the American Evangelical Relationship With God” [algo como: "Quando Deus Responde: Entendendo a Relação dos Evangélicos Norte-Americanos com Deus"] é um colunista convidado.
Tradução: Eloise De Vylder