16/04/2013

A nossa integridade

A tecnologia tem mostrado não apenas a capacidade do ser humano no que diz respeito a inteligência, mas também a capacidade à perversão. O assassino dos taxistas foi encontrado graças às câmeras de vigilância; as imagens do atentado terrorista em Boston chegaram ao mundo inteiro devido às filmadoras; as fraudes em licitações públicas em prefeituras gaúchas foram deflagradas pelo eficiente artifício em grampear ligações telefônicas. São apenas três exemplos recentes expondo audível e visivelmente a maldade humana pela implacável tecnologia. É a máquina julgando o seu criador.

Mas, se as câmeras filmassem interruptamente as ações de cada um de nós? Se o gravador documentasse nossas conversas, todas elas? Em casa, fora de casa? E se a ciência conseguisse revelar os nossos pensamentos? Seria o fim de nossa integridade moral. Não precisamos matar taxistas, aterrorizar com bombas, nem roubar os cofres públicos e nos corromper. Mas, se queremos ser íntegros, então ao menos sejamos justos ao termo. "Integridade" é integralmente, completamente, cem por cento.

Bem antes dos inventos modernos, o salmista bíblico já adiantou: "Ó Senhor, de longe conheces todos os meus pensamentos. Tu me vês quando estou trabalhando e quando estou descansando; tu sabes tudo o que eu faço. Antes mesmo que eu fale, tu já sabes o que vou dizer" (Salmo 139). Por isto o veredicto: "Todos se desviaram do caminho certo e são igualmente corruptos. Não há ninguém que faça o bem, não há nem mesmo uma só pessoa" (Salmo 14). O próprio Jesus declara: - Vocês ouviram: Não mate! Mas eu lhes digo: Aquele que odiar alguém já é assassino (Mateus 5). Diante desta integridade exigida por Deus, não é a tecnologia que poderá nos livrar de nossa corrupção, nem do juízo divino. Onde então encontrar uma saída? Naquele que diz: "Levem as coisas a sério e se arrependam. Escutem! Eu estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa" (Apocalipse 3).

Marcos Schmidt - pastor luterano
marsch@terra.com.br
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS
18 de abril de 2013

15/04/2013

Redes sociais podem acabar com amizades reais, diz pesquisa

vimos no pavablog.com

Desrespeito e insultos online estão acabando com amizades, à medida que as pessoas estão ficando mais rudes nas mídias sociais, revelou uma pesquisa nesta quarta-feira (10/04). O estudo também mostrou que dois em cada cinco usuários cortaram relações após uma briga virtual.

Assim como o uso das mídias sociais cresceu, a falta de civilidade também aumentou, com 78% de 2.698 pessoas entrevistadas tendo relatado um aumento das grosserias na internet. As pessoas não hesitam em ser menos educadas online do que ao vivo, segundo o levantamento.

Uma em cada cinco pessoas reduziu seu contato pessoal com alguém que conhece na vida real depois de uma briga pela internet.

Joseph Grenny, copresidente da empresa de treinamento corporativo VitalSmarts, que conduziu a pesquisa, disse que as brigas online muitas vezes se tornam brigas na vida real, com 19% das pessoas bloqueando ou cancelando amizades com alguém por causa de uma discussão virtual.

“O mundo mudou e uma parte importante das relações acontece online, mas os modos ainda não acompanharam a tecnologia”, disse Grenny à Reuters, no lançamento da pesquisa, conduzida ao longo de três semanas em fevereiro.

“O que é realmente surpreendente é que muitas pessoas desaprovam esse comportamento, mas as pessoas ainda estão fazendo isso. Por que você xingaria online, mas nunca na cara da pessoa?”

Dados do Pew Research Center mostram que 67% dos adultos conectados à internet nos Estados Unidos usam sites de redes sociais, dos quais o Facebook é o mais popular, enquanto os últimos números mostram que mais da metade da população britânica tem conta no Facebook.

A pesquisa acontece após uma série de desentendimentos pela internet envolvendo personalidades, que atraíram grande atenção da mídia.

O jogador de futebol britânico Joey Barton, do Olympique de Marseille, foi convocado pelo comitê de ética da federação francesa após chamar o zagueiro brasileiro Thiago Silva, do Paris Saint-Germain, de “travesti acima do peso” no Twitter.

O boxeador Curtis Woodhouse foi amplamente elogiado após ter rastreado uma pessoa no Twitter que o chamou de “desgraça completa” e um “piada” após uma derrota, indo até a casa do autor das críticas para cobrar um pedido de desculpas.

Grenny disse que os entrevistados tinham suas próprias histórias, como uma família que não se fala há dois anos porque um homem publicou na internet uma foto embaraçosa de sua irmã e recusou-se a removê-la. Em vez disso, espalhou a foto para todos os seus contatos.

As tensões nos locais de trabalho também foram transferidas para conversas através da internet, nas quais funcionários falam de forma negativa de um companheiro.

“As pessoas parecem ser conscientes de que este tipo de conversa importante não deve acontecer nas mídias sociais, mas, apesar disso, também parecem ter o impulso de resolver as emoções de forma imediata e através deste tipo de canal”, disse Grenny.

08/04/2013

Liberdade sem amor?


Marcas


por Dâmaris Feld

Dia desses achei engraçado quando li a inscrição “não revela a idade”, colocada ao lado do nome de alguma artista em revista de celebridades. Por algum motivo, não quis dizer quantos anos tem. Pode ser que não queira admitir que a juventude de seu corpo está passando. Não sei...

Sei mesmo é que eu não posso esconder as marcas que meu corpo traz e que são marcas que o tempo fez. Fatos da vida. A começar pelo meu umbigo, a cicatriz que me lembra que um dia fui bebê e estive ligada fisicamente a alguém. Depois que alguém cortou o cordão, a vida nunca mais foi a mesma...

Depois, as marcas da infância: marca de vacina, cicatriz de queda de bicicleta e de corte no dedo (quase caiu o meu dedo, ficou por um fio, quer dizer, por uma pelezinha – mas sarou! E o dedo está inteiro.) Marca na testa e na barriga e na perna. E bem pertinho do olho uma cicatriz – foi por pouco! Nas costas não enxergo direito, mas certamente tem alguma também...

Adolescência e as marcas que trouxe. De queimadura de ferro, aprendendo a passar roupa. Queimadura no rosto, com água quente, lavando a louça. (Bem, essa deixou lembrança, mais do que marca.) Cicatriz, pequenina, do cateterismo. Cicatriz, bem maior, da cirurgia do coração – 40 pontos. Escondidinhos, mas estão lá. Eu vejo.

Na vida já adulta, uma linda marca em forma de sorriso, por onde vieram ao mundo meus três lindos filhos. As marcas ao redor dos olhos, linhas de expressão que já começam a me acompanhar. A marca de onde fica o sorriso, no rosto – sabe, na bochecha, aquele risquinho que fica depois que você já terminou de sorrir?

E, aí, lembrei de mais uma: as marcas nas mãos e nos pés de Jesus. Não são minhas, mas foram por mim.

Bem-aventurada que sou por estar aqui, viva, e ter tantas marcas pra contar.


Damaris Feld
Curitiba, PR
damaris.feld@gmail.com
publicado originalmente em www.toquedevida.blogspot.com

02/04/2013

Perseguidos


Os cristãos ocidentais precisam reaprender a serem perseguidos.

De tempos em tempos, surgem atitudes que, às vezes, podem parecer quase uma cruzada contra os que divergem do posicionamento cristão. Um exemplo é o caso recente das discussões sobre homossexualismo, opções e condições sexuais. O que alguns chamam até de homofobia – esta que é, em nossa sociedade, uma palavra esperando tradução.

Se os cristãos se mobilizam para devolver na mesma moeda, estão exatamente no oposto do que Cristo ensinou. Quando os cristãos tentam simplesmente ganhar ou não perder espaço político, estão esquecendo de se importar com a polis(cidade) e seus habitantes. Querendo partir para a batalha, não podem esquecer quais as armas que Paulo, na Bíblia, designou para ela.*

Mais. Não podemos nunca nos esquecer que é a Palavra de Deus que tem poder e eficácia, e não a força e argumentação humanas. Ou seja, não é pela articulação política, concurso de melhor defesa ou do tom mais alto de voz que vamos fazer o Evangelho prosperar. Na verdade, não faremos de jeito nenhum. Somente o Espírito pode fazê-la ir adiante. E ela sempre cumpre seu propósito, mesmo que não seja exatamente aquele que imaginamos.

Isto não quer dizer, evidentemente, que não devemos nos posicionar e ‘lutar’ no campo do diálogo, e, principalmente, do testemunho de nossa fé. Mas isto não quer dizer também que estejamos livres de perseguição, acinte, desdém, raiva, ódio ou até prisão – real ou intelectual. Neste ponto, irmãos mais ao Oriente daqui podem nos ajudar neste reaprendizado do que significa ser perseguido por causa do Evangelho.

Não compete aos cristãos mover uma cruzada contra aqueles que não concordam com o Evangelho, seja quem é educado e polido ou quem os chama de ignorantes. Nem mesmo contra o que parte pra agressão.  Ser notado por sua fé e ser perseguido por manifestá-la é motivo de alegria para qualquer um que assina como seguidor de Cristo. Aquele que aprendeu, desde cedo, que a Palavra esmaga o pecado, mas sempre chama ao arrependimento o pecador. Seja em que lado da discussão ele estiver.

Isso nos lembra que não precisamos apenas reaprender constantemente a sermos perseguidos, mas, especialmente, a manifestarmos gratidão pela fé.

Uma palavra com referente definido e que já tem sua tradução.

* Efésios 6.10-20
 Pastor Lucas Albrecht - Capelão Geral da Ulbra
(texto a partir de uma ideia do Prof. Gerson Linden)